MPT solicita investigação sobre jornada de trabalho de tripulantes do Voo da VoePass
Após acidente fatal, Ministério Público do Trabalho busca apurar condições de trabalho dos pilotos; denúncia de pressão para jornadas excessivas foi feita antes do incidente
O Ministério Público do Trabalho (MPT) iniciou uma investigação sobre a jornada de trabalho dos quatro tripulantes envolvidos no trágico acidente do voo da companhia aérea VoePass, que caiu em Vinhedo (SP) na sexta-feira, 9 de agosto. O voo, que fazia a rota de Cascavel (PR) para Guarulhos (SP), resultou em uma tragédia com vítimas fatais.
A solicitação de investigação pelo MPT ocorre após um piloto ter relatado, em uma audiência pública realizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no dia 28 de junho, que havia sido pressionado para realizar mais horas de voo do que o permitido. Luis Claudio de Almeida, o piloto, afirmou que frequentemente recebia ligações da empresa solicitando que realizasse voos adicionais apesar das restrições de sua escala. “A empresa às vezes me liga para fazer um voo: ‘Vai, vai que dá (para voar)’. Mas (na escala) diz que não é para ir,” relatou Almeida.
O MPT busca esclarecer as condições de trabalho dos tripulantes da VoePass e verificar se houve violações das normas de segurança e regulamentação de jornadas de trabalho que possam ter contribuído para o acidente.